Já
foi escrito muito sobre os maniçobeiros e ciclo da maniçoba, no sudeste piauiense
com riqueza de detalhes. Foi uma economia no sertão que foi muito útil aos
maniçobeiros que tiravam a borracha e vendiam aos atravessadores que mantinham
os homens como escravos. Quando acertavam contas ficavam com quase nada. Mas
como a seca sempre castigou aquele lugar o maniçobeira não tinha escolha. Paralelamente
havia os tropeiros que levavam em burros e jumentos a borracha de Canto do Buriti,
São João do Piauí, Caracol, São Raimundo Nonato para Petrolina e Juazeiro Bahia.
Os
empregados de tirar a borracha moravam em tocas na Serra da Baixa Verde Riacho Piauí,
Serra da Capivara entre outras. Na serra da Baixa Verde tinha uma toca onde
eram negociadas as borrachas e tinha forró dança e cachaça. Mulher não tinha o
cara tinha de virar sabe se a como.
Essa
abundância da maniçoba foi até meados dos anos 1940 do século XX no Sudeste piauiense.
Esse que rabisca esse relato não viveu esse período ainda nem era nascido, pois
nasceu no meio do século XX. Mas como bom na oitiva de ouvido, sabe algumas
coisas curiosas que vai contar. Raimundo Rocha um negrão metido a valente e bom
de lábia falou uma coisa na hora do trabalho debaixo de um sol de 40º que lhe
pegou um apelido que ele depois brigava quando alguém o chamava de “Buguel”. Para
um cara falar esse apelido precisava ser também bom de briga.
João
Severo falou uma coisa para o primo Carlindo até de forma inocente. Disse João quando
ia para maniçoba: “por isso que é bom agente não criar nada, assim pode ir ganhar
um dinheiro”. Carlindo achou um absurdo aquilo, pois criava umas coisinhas.
Aliás, acho que Carlindo Maroto é dos últimos vivos do tempo da maniçoba. Ele também
trabalhou com seu irmão Manoel e primos.
É
isso, como gosto de também dizer está “dizido” o que sei a respeito do ciclo da
Maniçoba no sudeste piauiense onde nasci.
ADÃO
NHOZINHO
Nenhum comentário:
Postar um comentário