sexta-feira, 23 de dezembro de 2022

GENVAL SLINA

 

Ano da Revolução constitucionalista (14/111964) sábado ano bissexto.

“Adão com 9/10 anos foi buscar a parteira mãe e tia Marinha do Teodoro em Barra. Como minha mãe já estava com 42 anos foi um parto de risco. Mas nasci pela tarde em horas fechadas. Fui bem recebido o último filho de Rufina o terceiro homem e caçula. Meu nome veio da literatura de cordel de um personagem Genival filho de Zé de Sousa Leão. Fui batizado pelos  Irmãos Neusa e Inácio.Em Salgado 1965. Padre Lira quem me batizou.

Infância humilde, mas com muito amor por parte  de mãe e irmãos e primos de mãe Temista.

Quando já falava comecei minhas tiradas engraçadas para os manos e mãe e Dedé.

Certa vez, a madrinha Neusa reclamava de falta de doce para o café eu soltei: “ madrinha se tivesse café pelo doce usa barba de Soldado” Foi só risada...

A mãe e Maria coavam um mel que Adão e Emilio tiraram. “Mas Maria lambia com o dedeo eu recalmei e a mãe nem ligou.” Tonce!”.

Certa vez eu e Maria brincávamos de fumar e o cheiro e gosto era ruim. Soltamos:  acho que foi Maria. “Que gosto e cheiro ruim! Só fumamos por que é o jeito”

Estávamos pescando eu, Emilio e Cipriano em olho d’ água. Fui tirar uam como o anzol do primo Manoel de tio Romão. O anzol enganchou no meu dedo. Cipriano serviu de enfermeiro para retirar o anzol do meu dedo, foi muita dor, mas não tinha outro jeito.

Com o primo Jesus eu tinha problema, de todo jeito que eu o complementava ele mudava. Ora como vai, ora adeus...

Eu e Emilio pegávamos a baleia de Cipriano para caçar tatu na Baixa do Riachão e sempre conseguia um tatuzinho.

Eu como bom maroto tinha o costume de soltar uns xingamentos a toa. Isso ainda em São Pedro Dom Inocêncio Piauí.

Madrinha Neusa mandou me buscar para são Paulo para estudar e trabalhar. Em 1976. Cheguei na antiga Rodoviária Júlio Prestes um frio e eu sem blusa. Adão foi me ver  e Emilio. Raimundo da Honorina falta era me derrubar na rodoviária. Quando vi Adão fiquei alegre. Ele me abraçou, um abraço do  irmão mais velho e que fazia três anos que ele deixou o Piauí. Fui morar em Presidente Altino Osasco. Lá eu comecei engraxar sapatos de parentes e demais clientes.

Eu cuidava do sobrinho Neiva e aprendia trabalhar, isso a madrinha me ensinou bem. Mas eu dava respostas e Adão ainda me bateu... Ele disse que se arrependeu ainda bem...

Fui passar a adolescência em Embu das Artes. Estudando e trabalhando como o primo Jorge Jovelina.  Depois fui morar em Osasco de novo e Carapicuíba com Julieta e Emilio. Todos foram casando e separando. Adão arrumou para mim serviço na BMG Ariola, mas acabou a produção me dispensara. Tinha casado naquele ano sai e bebi umas pingas. Julieta atrás de mim, chegando a casa ela  ouviu-me lastimando, dizendo que logo agora que pensava em construir família”...

Os Filhos nasceram foi tempo de educá-los. Reunia os dois e contava minha história que não foi na boa. Adolescência entre o sertão do Piauí e São Paulo. Orientei os dois filhos na igreja católica e boas maneiras. Sempre trabalhei e dei bons exemplos. Adão o irmão mais velho teve problemas com álcool,  dava trabalho aos filhos mulher e irmãos. Nunca o deixamos de ajudá-lo.  Na política fui conservador das pautas conservadores. Deixou essa vida sem ver o final, mas de onde estiver ficarei feliz pelos meus que deixei aqui. Adeus irmãos, cunhados, sobrinhos e amigos.

(GENIVAL DE SOUSA LINA, 58 ANOS, 19/12/2022)