Ano da Revolução constitucionalista
(14/111964) sábado ano bissexto.
“Adão com 9/10 anos foi
buscar a parteira mãe e tia Marinha do Teodoro em Barra. Como minha mãe já estava
com 42 anos foi um parto de risco. Mas nasci pela tarde em horas fechadas. Fui
bem recebido o último filho de Rufina o terceiro homem e caçula. Meu nome veio
da literatura de cordel de um personagem Genival filho de Zé de Sousa Leão. Fui
batizado pelos Irmãos Neusa e Inácio.Em
Salgado 1965. Padre Lira quem me batizou.
Infância humilde, mas com
muito amor por parte de mãe e irmãos e
primos de mãe Temista.
Quando já falava comecei
minhas tiradas engraçadas para os manos e mãe e Dedé.
Certa vez, a madrinha Neusa
reclamava de falta de doce para o café eu soltei: “ madrinha se tivesse café pelo
doce usa barba de Soldado” Foi só risada...
A mãe e Maria coavam um
mel que Adão e Emilio tiraram. “Mas Maria lambia com o dedeo eu recalmei e a
mãe nem ligou.” Tonce!”.
Certa vez eu e Maria brincávamos
de fumar e o cheiro e gosto era ruim. Soltamos: acho que foi Maria. “Que gosto e cheiro ruim!
Só fumamos por que é o jeito”
Estávamos pescando eu, Emilio
e Cipriano em olho d’ água. Fui tirar uam como o anzol do primo Manoel de tio
Romão. O anzol enganchou no meu dedo. Cipriano serviu de enfermeiro para
retirar o anzol do meu dedo, foi muita dor, mas não tinha outro jeito.
Com o primo Jesus eu tinha
problema, de todo jeito que eu o complementava ele mudava. Ora como vai, ora
adeus...
Eu e Emilio pegávamos a
baleia de Cipriano para caçar tatu na Baixa do Riachão e sempre conseguia um
tatuzinho.
Eu como bom maroto tinha o
costume de soltar uns xingamentos a toa. Isso ainda em São Pedro Dom Inocêncio Piauí.
Madrinha Neusa mandou me
buscar para são Paulo para estudar e trabalhar. Em 1976. Cheguei na antiga Rodoviária
Júlio Prestes um frio e eu sem blusa. Adão foi me ver e Emilio. Raimundo da Honorina falta era me
derrubar na rodoviária. Quando vi Adão fiquei alegre. Ele me abraçou, um abraço
do irmão mais velho e que fazia três anos
que ele deixou o Piauí. Fui morar em Presidente Altino Osasco. Lá eu comecei
engraxar sapatos de parentes e demais clientes.
Eu cuidava do sobrinho Neiva
e aprendia trabalhar, isso a madrinha me ensinou bem. Mas eu dava respostas e Adão
ainda me bateu... Ele disse que se arrependeu ainda bem...
Fui passar a adolescência em
Embu das Artes. Estudando e trabalhando como o primo Jorge Jovelina. Depois fui morar em Osasco de novo e
Carapicuíba com Julieta e Emilio. Todos foram casando e separando. Adão arrumou
para mim serviço na BMG Ariola, mas acabou a produção me dispensara. Tinha
casado naquele ano sai e bebi umas pingas. Julieta atrás de mim, chegando a
casa ela ouviu-me lastimando, dizendo
que logo agora que pensava em construir família”...
Os Filhos nasceram foi
tempo de educá-los. Reunia os dois e contava minha história que não foi na boa.
Adolescência entre o sertão do Piauí e São Paulo. Orientei os dois filhos na
igreja católica e boas maneiras. Sempre trabalhei e dei bons exemplos. Adão o irmão
mais velho teve problemas com álcool, dava trabalho aos filhos mulher e irmãos. Nunca
o deixamos de ajudá-lo. Na política fui
conservador das pautas conservadores. Deixou essa vida sem ver o final, mas de
onde estiver ficarei feliz pelos meus que deixei aqui. Adeus irmãos, cunhados,
sobrinhos e amigos.
(GENIVAL DE SOUSA LINA, 58
ANOS, 19/12/2022)