sexta-feira, 15 de abril de 2022

TROPEIROS DO PIAUI-I

 

Sendo eu dos últimos tropeiros do Piauí, fiquei feliz em descobri colegas de outra região do estado. (João, Raimundo,  Chicô e Nezim FILHO DE João) esse ainda vivo. Hoje mora em Teresina é comerciante. Esses tropeiros eram de Bocaina interior de Picos Piaui. Faziam tropeadas no Piaui e MARANHÃO. Eles eram tropeiros mais ricos, pois tinham só burros no total de 20 animais. Andavam bem armados com rifles e pistolas de pente. Chegavam a ficar cinco meses trabalhando em terras maranhenses, Bacabal e Pedreira. Faziam fretes de couro, arroz, sal e transportaram cerâmica da região de Franca a Bocaina, Piaui.

Li um relato real de um tropeiro mineiro que andou até o sul da Bahia Caetité entre ouras regiões. Contou o bravo tropeiro da vida sofrida do povo por onde ele passou. Seca.  Viu gente morrendo de fome. Em uma pousada parada aconteceu um caso lastimável. Um casal de com os filhos comendo raízes sem sal. Eles quiseram vender uma moça para o viajante tropeiro de Minas Gerais a troca de sal. Na frente o tropeiro ficou sabendo que tinha gente na região fazendo canibalismo, comendo carne humana!

Ele seguiu viagem, mas nunca se esqueceu do ocorrido. Não levou a moça, só deu comida a eles. Até poderia ter aproveitado a miséria e levado a moça, porém como foi bem educado na religião católica deixou a moça vendida por comida. O tropeiro nordestino via coisas por onde passava inacreditáveis.

Obrigado ao rapaz que entrevistou NEZIM filho de tropeiro que também foi um na mocidade até 1952. Eu fui tropeiro até 1972.

 

ADAM NHOZINHO

terça-feira, 12 de abril de 2022

ULTIMO TROPEIRO ADAM NHOZINHO

 

Resumo da vida dos últimos tropeiros do Piauí eu fui um.

Quem eram os tropeiros? Eram transportadores de mercadorias do sertão para cidade. Vendiam de tudo de cal, fumo, rapadura. Farinha e tecidos, remédios etc.. Eram jornalistas, telegrafistas, parteiros e sanfoneiros. Eram delegados professores.. Os tropeiros tinham certo letramento e sabiam fazer contas. Resolviam problemas de quaisquer natureza. Certa vez. O tropeiro Gabriel Querubine resolveu um problema em Afrânio Pernambuco. O cara mexeu com uma moca e não queria casar. Gabriel convenceu-o de casar e vivar com a pobre moca órfã. Outra vez foi Alvino Soares indo a PIO IX COMO DELEGADO E TROPEIRO RESOLVEU UMA BRIGA DE FAMÍLIA POR Causa DE TERRA.

As estradas e rodovias são feitas nos caminhos dos tropeiros, onde hoje há churrascarias e postos de gasolina eram pousadas de tropeiros. Adam Nhozinho foi dos últimos tropeiros do Piauí. Viajou para Ouricuri, Bahia, Itaueira e Canto do Buriti Piaui. Adam deixou namoradinhas em Ouricuri, Bahia e Carnaíba Dom Inocêncio. Em 1973 deixou à vida de  tropeiro e saiu para são Paulo. Mas ainda hoje recorada os tempos bons e sofridos de tropeiro.

Enfim, isso seria um resumo da vida de um último tropeiro do sertão piauiense.

 

ADAM NHOZINHO

segunda-feira, 11 de abril de 2022

TROPEIRO ZÉ DA HORA

 

Aconteceu ali por volta de 1940, Oeiras, Piaui com uns tropeiros do interior de São Raimundo Nonato Piauí. Os tropeiros eram chefiados pelo tropeiro Zé da Hora que estava na feira em Oeiras vendendo cal. Zé da Hora portava uma garrucha, calibre 38 de dois canos para proteção dele e dos companheiros quatro camaradas jovens. Cinco soldados e um sargento foram desarmar José mais não deu. Levaram uma surra. Zé  sozinho brigou. Com cinco policias. Foi preciso chamar reforço e parar na delegacia que tinha um capitão como delegado. Esse ouvindo a versão de Zé da Hora, além de não o prender devolveu-lhe a pistola fez foi dar a Zé da Hora um Revólver Smith Cavalinho calibre 38 cano longo. Ainda deu uma bronca nos comandados chamando os de medíocres apanharem de um homem sozinho.

Depois de vender a cal eles foram a Floriano e Grajaú Maranhão. Lá fizeram feira e compraram algumas coisas. Mas viram uma cena inusitada de dois meninos. “Um dos meninos falou para o outro: “eu vou virar uma raposa virou”. O outro disse: “viro um cachorro e virou”. Zé da hora e os tropeiros amigos falaram esse lugar é do demo! Se crianças fazem isso imagina homens. Pegaram os animais e voltaram ao Piaui, logo seguindo para Canto do Buriti. E voltando a Moreira, Dom Inocêncio Piaui, hoje. Mas nunca esqueceram a cena macabra dos moleques do Maranhão.

Dizem que Codó no Maranhão é lugar de macumbeiros... Em síntese, fizeram boa viagem, fora esses ocorridos já  relatados: envolvimento com a policia e os moleques sobrenaturais.

 

ADAM NHOZINHO

domingo, 10 de abril de 2022

TROPEIRO ISAULINO VALENTE

 

Manoel Maroto e Isaulino de Boa Vista, Dom Inocêncio. Piaui eram tropeiros alugados por um comerciante da região. Viajavam para Petrolina uma viagem de mais de 500 km um mês ida e volta. A rotina era sempre a mesma: parada e dormida para descanso deles e dos animais. Pelo dia cozinhavam o almoço que na janta seria a sobra. Arroz, feijão e carne de bode. Uma rapadura ou cachaça para rebater os insetos pela noite.

Na volta chegando a Rosilho houve um acidente com um saco de açúcar que acabou em briga. O dono da tropa culpou Isaulino e Manoel que comeram açúcar derramado. Manoel aguentou calado, mas Isaulino chamou o patrão para saírem na faca. Não furou o homem, contudo, deu-lhe umas quedas o mesmo não o dispensou o tropeiro na condição de não contar a ninguém, porem, vazou e o mundo ficou sabendo da surra do tropeiro alugado no patrão. Em São Paulo Isaulino, um negrão alto e forte de 1,90m. Em SP matou um português em São Caetano do Sul, que bateu na cara dele, mas morreu na peixeira larga e grande. Foi preso e morreu louco em Pequiri e Barbacena MG.

Entre os tropeiros havia brigas e até mortes. Nesse caso só uma lição de moral no patrão bruto. Com Isaulino o “trem” era mais embaixo deu levou.

 

ADAM NHOZINHO

TROPEIRO SEVERIANO.

 

O tropeiro Severiano e  Francelino viajavam para remanso Bahia.

Ao passar por o antigo curral novo, dom Inocêncio, ,Piauí. Severiano fala para Francelino. “Colega quando nós passaremos a aqui de volta”? Francelino responde: “ Severiano, só daqui a duas semanas no mínimo”.Severiano diz que vai chorar com saudades de gentil... Um filho amado e chora torrencialmente. Severiano era muito emotivo chorava por quaisquer motivos. Fazem a feira em remanso e vão ao cabaré dançar com as primas.

 Francelino que tocava violão e sanfona muito bem faz a farra cantando e fazendo seresta. Arruma uma namorada que quase vem com ele para Baixão dos Mendes. Quando volta e passam por Curral Novo para em uma venda e tomam umas pingas. Severiano fica feliz pois, estará logo em casa com a família .

Após receber o dinheiro da viagem Francelino  foi a loja de senhor Plínio Ribeiro comprar uma roupa nova para as festas de Julho na casa de Manoel Auto. Lagoa dos Currais. Cada ano a missas era realizada na casa de Manoel Auto, outro ano de Mariano pai de Francelino. Havia casamentos e batizados. O tropeiro Frnacelino tira fotos com o violão que fazia sucesso nas festas da região.

Encontrou com o parceiro Severiano e tomaram mais cachaça em uma banca de terreiro da casa da missa. É ISSO.

 

ADAM NHOZINHO

GRANDE TROPA DOS MAROTOS

 

Uma tropa grande de jumentos com Romão, e Celso, Melquiades  e Albertino, Carlindo e Urbano, Raimundo Temistac Celestino e Ângelo. Pegaram cal em Olho D’água.  Saíram destino a Flores Piauí. Passaram uma semana para chegarem a Flores. Mas não conseguiram vende a mercadoria cidade pequena. Só compra muito cal o prefeito ou o padre da Paróquia local. Como não venderam nada seguiram para Canto do Buriti. Os moleques iam a pé, os pais vez enquando davam o animal para os filhos montar. Urbano revoltado brigava com o pai Carlindo para conseguir dar o jumento a ele, que estava cansado da poeira da chapada Capim Grosso a Tamboril. Em Tamboril no rancho tinham uns ciganos arranchados primeiro  e  fizeram sujeira na única e preciosa cacimba de água.

Raimundo Temista saiu no facão com dois ciganos jovens. Foi preciso Carlindo separar a briga senão tinha saído morte. Um jumento dos ciganos sumiu e eles botaram a culpa em Abel um negro que viajava alugado por Ângelo. Foi preciso ir falar com o delegado de São João do Piauí que acabou com a questão. Os ciganos saíram perdendo a causa por falta de prova. Vendido a cal e carregado de arroz, milho, farinha e rapadura voltara para  Baixão do Alvino e região.

Na volta em Tamboril velho eles arrancharam debaixo de uma enorme figueira, única sombra no sol de Agosto no Piauí. Nesse tempo, uma empresa pequena de ônibus de Canto do Buriti, fazia linha com um caminhão e um ônibus velho para São Paulo. Uma mulher de casa da figueira reclamou dos tropeiros tomarem toda sombra e deixarem os carros no sol. Os motoristas do ônibus, quando eram meninos foram tropeiros, e sabiam do sofrimento deles.  Falaram que não tinha problema logo seguiriam viagem e desejaram boa viagem aos valentes tropeiros de Baixão do Alvino, Dom Inocêncio, Piaui.

Enfim uma viagem de quase um mês concluída. Só aguardar a novena de São Raimundo Nonato, 31 de Agosto  em São Pedro da Maria viúva.

 

ADAM NHOZINHO

domingo, 3 de abril de 2022

REUNIÃO DE MORTOS VIVOS.

 


 

São Pedro, Angical e Gameleira, interior Dom Inocêncio Piauí.

Existem três cemitérios com os séculos de existência. São Pedro foram marotos os primeiros ali enterrados. Gameleira os descendentes de Manoel Canela e Manoel Vicente. Eles eram parentes próximos entre se. Certo dia os mortos de Angical, único cemitério ativo, que ainda enterra gente, resolveram fazer uma reunião de família. Chegou o dia da “festa” em angical com os parentes de São Pedro e Gameleira. Cada um contou como estava no além-túmulo, maioria estava bem. Alguns ainda em tratamento espiritual. Os mortos de São Pedro e Gameleira só reclamaram, do abandono dos parentes vivos que não visitam  nem no dia de finados.

Eles lembraram um parente  vivo que já visitou todos os cemitérios e fez uma oração acendeu velas. Após essa reunião ficou acordado de sempre uns visitarem os outros parentes mortos. Quem morre na vida física continua vivendo no além. Cada um de acordo com o merecimento.

Os parentes dos cemitérios de Picada e Contador estão inundados pela barragem Jenipapo. Bobagem pensar que na morte física acaba tudo.

 

ADAM NHOZINHO