João Divino saiu dão Nordeste bem jovem com os pais e irmãos
foram morar na periferia de São Paulo. Como todo retirante Joãozinho veio com a mala da esperança, muitos sonhos. Levou a sério o conselho
do pai um metalúrgico que trabalhava em Osasco-SP. Joãozinho como era chamado
em família e colegas amigos, pois ele era baixinho. 1,60m. João o estudo do básico
ao médio em Osasco. Como era muito esforçado conseguiu entrar em uma renomada Universidade
pública.
Formou em historia e letras. Desde um ensino médio que João leciona
nas periferias. Depois de formado foi dar aula em escola particular porque lá ganhava
mais. Só que era humilhado por ser baiano na linguagem dos moleques metidinhos.
O professor suportou por um tempo quando conversava sempre com o pai sobre o
assunto. Mas resolveu se vingar de forma civilizada dizendo aos meninos bem
nascidos: “vocês são paulistas eu baiano, mas se não fosse eu vocês não seriam
gente no futuro, por isso valorizem o estudo”.
Mais tarde ganhou uma bolsa no CNPq foi pesquisar como viviam
os trabalhadores de fábrica e da construção civil. Soube o mestre João que nas
firmas sobrevivem e pegavam cargos quem fizesse o serviço sujo de entregar todo
mundo. E que as moças para garantir o emprego muitas delas tinham de sair com o
chefe Ir para cama. João ficou estarrecido, mas continuou pesquisando. Teria de
entregar o trabalho ao Instituto de Pesquisa.
Foi à vez de pesquisar a vida das mulheres da noite meretrício
zona. João ficou sabendo que elas são exploradas por cafetinas, cafetões e não
fazem praticam sexo por amor não tem orgasmo com os clientes e sim por extrema
necessidade.
Após o mestrado João foi viver no interior de São Paulo criando
umas vaquinhas de leite e plantado o pão de cada dia. Nunca mais viu aqueles
meninos que o chamavam de baiano cabeça chata. Nem ouviu as barbaridades do chão
de fábrica e como vivem as putas de São Paulo.
ADÃO NHOZINHO