quarta-feira, 29 de abril de 2020

COMO ERA O SERTÃO PIAUÍ 1960/73.


Como era o sertão do Piauí onde nasci, interior Dom Inocêncio, Piauí até 1960. Era o tempo dos tropeiros e boiadeiros. Escola quando havia era particular tipo pela pedra onde o professor não sabia nem para ele. O aluno usava caneta tinteiro, fazia cantoria aprendendo o ABC ARITMÉTICA e cartilha. Quando já mais adiantando copiava textos de livros quem os tinha, e fazia o ditado. Tinha de saber a tabulada de cor.
A palmatória era um método pedagógico, mas era uma forma infantil de aprendizado, pois é difícil aprender algo na pancada e sim pelo estimulo. Contudo, não é que o cara aprendia a ler escrever uma carta, fazer as quatro operações. Já era um “sabido”.
Missa uma vez por ano onde havia batizado, casamento, às vezes crisma. Rolava muito forró, cachaça, brigas na faca cabo de chifre. Noivos e festeiros iam a cavalos e jumentos outros a pé.
Comida: carne de bode, milho com feijão. Arroz era coisa de rico. Para fazer beiju tinha de lavar a mandioca ralada em muitas águas. Para fazer um cuscuz tinha de botar o milho de molho e usar pilão era trabalhoso. Café torrar e pilão. Arroz com casca tinha de pilar. Enfim, tudo era com muita mão de obra.
Noticias quando tropeiros e boiadeiros cruzavam vindo de outras regiões vilas cidades. Rádio só na cidade. Uma música fazia sucesso por mais de dois anos. Os sanfoneiros tinham de ficar improvisando umas notas e versos singelos. Corria muita fofoca, as Fake News de hoje.
Hoje lá está mudado. Escolas, vacinas, automóveis, internet. Mas chegaram também costumes, drogas e violência à mão armada.
Um resumo de parte do que vi e ouvi no alto sertão piauiense nos anos 1960/73.

ADÃO NHOZINHO

quarta-feira, 22 de abril de 2020

ÁRVORES D` MINHA TERRA.


quarta-feira, 22 de abril de 2020
ÁRVORES D` MINHA TERRA.

Ainda não estou com a enfermidade do Dr. alemão Alzheimer e se chegar a mim ficaria muito triste.
Mas gosto de relembrar o que vi e ouvi no sertão de meu tempo. Já falei de alguns pássaros, nomes de peixes, que por sinal, eram poucos, porque faltava até água. Hoje vou falar das árvores que também todas tinham nomes não sei se científicos. Aroeira tem uma flor que nasce no verão é cheirosa e serve para abelhas fazer mel. Aroeira tem um ambro-miolo que parece ferro de duro. Que eu saiba só existe um tipo. Angico bom para madeira fazer roça e boa lenha. Angico tem uma resina que é uma delicia.
Favela já falei. Jurema tem dois tipos. Não serve para quase nada nem para fogo.Mané Pinto serve para pouca coisa ele e marmeleiro servem para fazer fogo e cerca em riacho.Imbuzeiro que tem vida longa e uma fruta apreciada em todo lugar do Brasil. Existe dois: o comum e imbuzeiro de caititu nas chapadas. Esse ultimo é azedo e pode causar rouquidão crônica. Há relato de que Manoel Antônio de Jatobazinho, Dom Inocêncio Piauí, ficou rouco para sempre porque chupou esse imbu selvagem. Pau de casca serve para abelha fazer mel e cerca. Pau ferro o próprio nome já diz tudo.
Jacurutu que mesmo no verão duro ele tem folhas. Juazeiro cantando poetado tem o juá que pode ser comido se tiver fome.
Xiquexique, mandacaru, facheiro, flecheira essa serve para fazer facho de fogo e macambira. Essa serve para dar a raiz os porcos. Caroá foi à salvação de muita gente, incluindo, a minha. Útil para fazer corda, rede surrão e outras coisas.
Imburana tem duas de abelha e de cheiro. Uma madeira boa de trabalhar, pois é mole e ótima para abelhas fazer o precioso mel. O castanheiro é meio raro, mas existe em alguns lugares serve para fazer sabão da semente. Mas a árvore que mais admiro é o pereira. Pois existe pelo menos três. Pereira preto e branco e o vermelho. Esse tem uma tinta que podemos tingir roupa.
As árvores e os animais são nossos irmãos nos reinos: vegetais e animal. Eu na minha inocência de criança ficava com pena das árvores porque elas nascem e morem sem nunca andar. Quem tem uma sensibilidade apurada conversa com árvores. Eu quando vou tomar a sombra delas peço licença.
É ISSO, o que para muitos é besteira para mim não.
*Gosto mais de falar imbuzeiro e imburana, mas pode também chamar umbuzeiro, umburana.


ADÃO NHOZINHO

MANOEL AUTO E ALTO PIAUÍ.


Manoel Auto era alto filho de Auto e neto de Manoel e Cipriana. Era dos marotos de Moquém, Dom Inocêncio Piauí. Manoel era dos amais velhos filhos de Auto Martinha. Em Moquém Riacho Grande quase não tinha terra para plantar e ainda as enchentes levam tudo. Em Moquém tem uma vereda de nome canoa bem grande vai do riacho a chapada. Manoel se mudou para lá primeiro fez roça depois fez casa e criação de gado e bode. Era um lugar que tinha uma estrada de Curral novo Moreira onde passavam tropeiros e boiadeiros. Lagoa dos Currais.
As missas em Julho era um ano na casa de Manoel no outro na casa de Mariano Marcos. Tio Manoel era muito religioso e conservador uam homem trabalhador e respeitado por todos do lugar, chegou a ser considerado rico. Em um dia daí missa João do Sebastião do Pico-Dom Inocêncio Piauí estava brigando com dois filhos de tia Águida Teodoro “Pulú”. Isso na hora da missa. Manoel chamou Zé Grande sogro de João e Gonçalo cunhado dos Marotos apara acabar com  a briga.Lembro-me que Zé Grande deu uma bronca tão forte em João que ele calou na hora.os outros também nem precisou Gonçalo falar.
Outra vez estávamos em uma novena na casa dele. E após a reza haveria comida, mas para os rezadores, moleques que fossemos embora. Manoel era bem direto objetivo e soltou bem firme: “vão para o ‘forrola’ na casa de do ‘cumpade’ Honório”.Eu e meus primos filhos de Nicolau e Cícero só nos restou cair fora e ir mesmo balançar o esqueleto na casa e Honório tocando pelo velho Francelino Marcos.
Manoel Auto como era conhecido morreu com 65 anos de idade, outros irmão dele morrem jovens Firmino e Silvéria.
Essa coisa que testemunhei no meu tempo de rapazinho em Lagoa dos Currais, Dom Inocêncio, Piauí. Onde hoje está bem mudada. Isso é para a amiga Bia Oliveira casada com um neto de Manoel Auto que era também alto.

ADÃO NHOZINHO

domingo, 19 de abril de 2020

MÃO MUITAS UTILIDADES.

Com a mão parteira ou médico puxa a criança na hora de nascer;
Com a mão a mãe coloca o peito mama na boca do bebê;
Com a mão levamos comida à boca.
Mão que faz exércitos escolares;
Mão que escreve;
Mão que faz o sinal da cruz.
O gatilho da arma é apertado pela mão;
A bomba é acionada pela mão;
A injeção é aplicada pela mão.
Como a mão é feita defesa pelo advogado criminal;
Com a mão o juiz aplica uma sentença;
Com a mão toca-se instrumento musical e outras coisas...
Mão liga o carro e o avião;
Mão passa marchas e aciona botões;
Cumprimentam-se pessoas com a mão.
Pela mão entram doenças;
Pela mão entra vírus bactérias.
Com a mão somos admitidos em emprego;
Com a mão somos demitidos;
Com a mão jogamos pedras em alguém;
Podemos dar e receber uma mão de alguém,
Gol de mão nã vale,
Sem as mãos não somos quase nada.

ADÃO NHOZINHO

sábado, 18 de abril de 2020

TEODORA Ñ DONZELA.


Teodora filha de Pedro que foi escravo de Boa Vista, Dom Inocêncio, Piauí. No começo do século XX, no Sertão do Piauí, mulher negra não casava com branco, maioria ficava sendo mulher de vida livre, puta, mesmo. Uma moça negra rezava para um homem branco ficar viúvo para se encostar. Com Teodora foi assim. Falavam as más línguas que ela fez uns abortos que depois a deixou louca  pelo menos uma vez por ano. Gabriel Querubini ficou viúvo e casou se com Teodora uma negra bonita e bem asseada.
Quando Teodora dava a lua, ficava doida, botava todos os podres para fora. Certa vez a filha Tereza foi fazer uma caçada com meu Xará Adão Félix. Teodora sempre desconfiava de que algo aconteceu na chapada do Alecrim...
Outra vez ela botou uma raposa no chiqueiro das galinhas, segundo ela, isso era para  raposa e galinhas ficarem amigas. Um dia de roda de São Gonçalo Gabriel, antes da roda pediu como era de costume que os dançantes o ajudassem fazer a roda. Uma era de “premessa” promessa às outras comuns. Teodora responde ao velho Gaby, que as rodas não eram tão comuns assim. As filhas de Comadre Rufina Marota só pecando- registrando.
Assim foi um pouco de Teodora do Gabriel da boa vista a mãe de Didi que está com Alzheimer.

ADÃO NHOZINHO.

GAMBÁ ZÉ:




Um túmulo frio,  escuro e silêncio eterno...
Fui enterrado com choros da família. Eu tinha 33 anos idade a idade de Cristo. Fui casado gerei filhos. Era modéstia à parte bom marido. Minha mulher chorou muito quando morri. Filhos cresceram, até quando estive na terra eles eram solteiros. Na vida de solteiro foi namorador e gostava muitos de festas. Estudei pouco. Mas tinha uma mediana inteligência. Fui de esquerda, mas no fim da vida mudei de ideologia.
Eu adolescente sonhei muito, mas meus sonhos eram confusos. Quando criança brincava e pensava no principio da vida e do planeta. Pensava o que Havia antes de Big Bang. Se Deus existe? E coisas afins. No ventre de minha mãe eu já sentia as trevas do mundo real. Meu pai me fez  com minha mãe por instinto carnal. Amor não havia entre eles. Meu pai era um brutamonte minha mãe uma mulher simples só servia para gerar filhos matar vontades.
Assim foi minha vida da geração até o tumulo. Depois disso não sei mais nada, pois, fiquei em sono profundo...

ADÃO NHOZINHO

sexta-feira, 17 de abril de 2020

INVESTIGADOR MÉDIUM.



Desde menino no interior do Piauí Rilonte tinha visões: ouvia e falava com espíritos. Muitos o acham louco. Fez os estudos precários de sua época de sertão e foi a SP tentar á vida. Rilonte continuou estudando até fazer Faculdade de Direito pela USP. Prestou concurso para academia de polícia onde se formou como investigador nos anos 1070.
O investigar Rilonte ganhava de todos os colegas, pois, nos crimes de morte ele invocava seus poderes espirituais e descobria tudo. Como na policia e justiça é preciso prova material ele sempre achava uma prova convincente para justiça. Certa vez ocorreu um crime na Nona Sul-OS, lá foi o investigador Rilonte. Chegando ao locar onde Havia um corpo já desfigurado e em processo de putrefação. Rilo como era conhecido pelos colegas, saiu um pouco fora dos  policias e encontrou uma boina de um policial  do exército. Nessa boina tem um número, e por ele, o investigador chegou ao criminoso.
Outra vez o policial achou uma criança no lixo. Invocou seus poderes encontrou a mãe da criança. Os superiores de Rilonte ficavam perplexos: como podia  ele ser superior nas investigações chegava ao criminoso de uma forma rápida e sem muito trabalho. Um dia o Secretario de Segurança Pública foi conversar com aquele policial exemplar e ficou mudo...
Como era ateu disse ao subordinado que na polícia e justiça aquilo não Era aceito, contudo, ele poderia continuar fazendo seu serviço.
Preso com Rilonte contava tudo sem um beliscão. O bandido ficava louco como podia o investigador saber em detalhes tudo que ocorreu no crime. Ai o cara abria o jogo.
Rilo foi aposentado e abriu uma casa espírita muito frequentada e respeitada por gente da alta sociedade paulista inclusive oficiais do Exército e Polícias em geral.
Essa é minha modesta homenagem aos escritores de contos policiais que morrem esta semana: Rubem Fonseca e Garcia-Roza.

ADÃO NHOZINHO

domingo, 12 de abril de 2020

NHOZINHO SONHADOR.


Os "sabem tudo" da vida já discorrem sobre o significado de sonho. Eu sou um sonhador sonho cada coisa impublicável. Mas tenho uns sonhos que me acompanham há muitos anos. Sonho com a família de Cícero Maroto um vizinho que saiu de São Pedro Dom Inocêncio para Coronel José Dias Piaui. Sonho como saudoso sanfoneiro Adail Ferreira de Moreira, Dom Inocêncio, Piaui. Acho que porque um dia ele reclamou que eu não estava no ritmo de um samba.
Sonho voando que é uma das maravilhas do mundo. Sonho com algumas firmas onde trabalhei principalmente as de 1980 para 2005 Sansuy/SA em Embu-SP. Essa foi onde me aposentei. Era Operador de Caldeira o serviço melhor que trabalhei. Os outros, além de ganhar pouco, eram insalubres e penosos. Onde hoje em São Paulo Barra Funda Tribunal. Ali era uma Empresa de Radiadores BONGOTTI/SA.
Por coincidência fui receber alguns direitos da Sansuy nesse tribunal. Sempre sonho com o gerente de RH de lá. Pedro Linge. Ele dava ordens até no chão da fábrica. Mas era um cara inteligente e muito puxa saco da Firma. Essa noite passada sonhei que eu voltava lá para trabalhar após 34 anos. Como deveria ser os empregados não eram os mesmos, como nem eu sou. No tempo de Bongotti/SA eu era jovem. Foi nesse tempo que me casei.
Sei que nunca vou entender de sonhos, mas eles devem ter algum significado.

ADÃO NHOZINHO

sábado, 11 de abril de 2020

NAMORO DE CACHORRO!


Outro dia falei de três cachorros deficientes, porém, com superação canina. Eram: uma cachorra da coluna torta amando um cachorro de três patas e um cego de um olho ‘pegando’ outro cachorro gay. Eles estavam “namorando”. Uma coisa bonita “namoro” de cães uns “desfrutam” outros aplaudem latindo. O mais bizarro foi ver um cachorro se masturbando, isso mesmo, cachorro também se masturba. E cachorro gay? Pois é, também existe. Já vi um com outro guinchado! Deu o nó...
Minha amiga gata Bichana disse que falou muitas besteiras. Mas fazer o que se sou observador natural.

Adão Nhozinho

quarta-feira, 1 de abril de 2020

O QUE É A VIDA.


Gerada por uma fêmea e um macho:
Chega chorando sorri morre sofrendo,
A família que produz um bom cacho,
Grande parte fica as coisas vendo.

Afinal o que é vida? Muitas coisas,
Pouco é controlado acidente,
 um mar de violentas maresias;
Felicidade é mesmo aparente.

Os de berço pobre mais castigo,
Eles fazem da vida uma arte,
Plantam feijão, milho, arroz e trigo.

As Ilusões na vida fazem parte,
Como a vida é indecifrável!
Fantasia  no viver bem é  destarte.

ADÃO NHOZINHO