VIDA CIFRADA

 

Foi (Lá) que nasci La sobrevivi. Toquei realejo em (Fá e SI). Mas um dia dei (Ré) na vida com muita (Dó) em dia de (SOL) quente (ME) despedir do meu rincão, bem no meio do sertão.

Lagoa são Pedro, Dom Inocêncio,  Piauí. Onde tudo começou em minha vida. Mas a necessidade me fez sair, porém, a lagoa não saiu de mim. Até parafraseando Drummond, minha lagoa é mais bonita que o mar. Goiá, poeta de Minas Gerais, Coromandel. Sentiu saudade da terra dele, do poço verde, do tempo, de menino e da esquina do adeus. Eu também. Pergunta-me um: “por que não volta”? Nem poço. Tudo mundo eu também mudei.

Quem, escrever canta, ou tocar algum instrumento, sempre vive na recordação. Não faço bem nem as três coisas, no entanto faço como posso. Recordar minha aldeia  em notas musicar cifradas. ( A E B C D G).

 

É isso.

ADAM NHOZINHO

TRIADIM PIAUI.

 

Eu andei muito por la:

No meu torrão triadim,

Foi no tempo de menino,

Quando estava verdim;

Nas caçadas de oropa,

Como fui feliz assim.

 

Os olhos que te viram,

Talvez não vejam jamais,

Uma pena olhei amei.

La vi alguns animais,

Gado, e quatro jumentos.

Hoje somente meus ais.

 

Na   baixada do Riachão,

Barreiro  do Olimpio,

E do seu Tito Américo,

Homem caráter límpio,

E um bom camarada;

E também não era ímpio.

 

Adam Nhozinho

PROSOPOPÉIA VEREDA.

 

PROSOPOPEIA VEREDA.

 

São Pedro, Dom Inocêncio Piaui.

Pela transformação geológica da terra fui criada e convencionada vereda do “mixador”.encontra a irmã vereda do ‘topim’ e saímos no riacho Angical. Descemos recebendo outras irmãs e baixo do Alvino. Viramos riacho grande até riacho Piauí. Recebemos o riacho Itacoatiara descemos recebendo outros irmãozinhos até Rio Canindé. Em Amarante viramos o monge majestoso Rio Paraíba. Mesma coisa recebemos irmãos até sair no mar em Paranaíba formando  o Delta mais bonito do mundo.

Pronto viramos Oceano Atlântico e ligamos a outros mundos. De uma humilde vereda sou um gigantoso mar. Tudo começou em São Pedro, Dom Inocêncio Piauí.

 

ADAM NHOZINHO

CHUVA!!!

 

 CHUVA!!!

 

Como chove aqui!

E falta no meu sertão,

Cheia  Mandaqui.

 

Pesca  natural,

Moro perto  piscinão,

Virou pantanal.

 

Água na cidade,

Estrago e como faz,

É calamidade.

 

ADAM NHOZINHO

PEGAR PALAVRAS.

Não fazer poesia sobre cotidiano: Pois ele não tem arte alguma, Vou lá ao reinado palavreando, Ali achei uma gama sentença póstuma. É um garimpar com a amargura, No entanto, sem qualquer novidade, O brincar romântico com ternura, Como me traz muita felicidade. Hiato, crase, elisão com sinérese. Sílaba átona fraca, forte tônica, A letra vira palavra diésere. Posso até fazer um poema crônica, Bom ato gera ótimo legal hábito, Bissilaba, dissílaba sinfônica. ADAM NHOZINHO

LONGE DE MIM, MAS EU PERTO DELA.

Hoje me bateu à saudade de minha infância no Piauí. Eu brincava, eu sorria, eu cantava, eu dançava, Montava em jegue e andava muitas léguas, Tocava gado e animais de transporte, O suporte era a fé em dias melhores, Chorava sorria, cantava, dançava, Jovem tem um oceano de expectativas. Hoje só a dor da saudade dos campos vermelhos da poeira. Carreiros, caminhos que só existem na imaginação. Árvores idem. Que pena não poder fazer estoque de bons momentos. Das boas viagens, boas caçadas e boas forrós. Saudade de parentes e amigos. Mas isso é bom, pois os maus momentos me deprimem. Última vez que estive no sertão fiz pacto com solidão. Os olhos que olhou àquele lugar nunca mais verão. Isso não seria uma poesia porque, faltam metáforas, rima e ritmo. Contudo, foi escrito com lágrimas nos meus olhos. Tudo em primeira pessoa. Não há lirismo e sim dor. ADAM NHOZINHO

QUAL É A VERDADE?

Suponhamos que ocorreu um acidente de carro na Av. Paulista, SP às 8h. Passa um pedreiro que fica nervoso porque perdeu o horário de entrada no serviço. Uma professora de escola pública que acha bom para matar aula... Uns noivos ficam aflitos porque perdem o horário do casamento. Um filósofo reage pelo lado humanístico. Um médico do HC fica preocupado, pois tinha uam cirurgia naquele dia com hora marcada. A Polícia acha que o motorista foi imprudente, estava em alta velocidade. Um familiar acha que foi culpa da prefeitura que não sinalizou bem à avenida. Vejam que cada um tem uma visão diferente. Como alguns cegos ao passar as mãos em um elefante. Assim foi na pandemia Covid 19 e agora na guerra Ucrânia x Rússia. Qual à verdade? O que é a verdade. O que ganho ou perco nisso, pensa cada um dos envolvidos. ADAM NHOZINHO

CEGA! NÃO, ENXERGA MUITO.

Quem regula nossas vidas é ela, ou era. Regula o preço do pão o gás e o leite. Ela está na contramão da democracia. Invade outro poder age como ditador. Mas precisamos dela, ou precisávamos. Ela está anêmica no seu deve principal. Ela faz leis. Investiga e julga. Perdeu o respeito? Está caminhando para isso. De instituição está um partido político agindo fora da carta magnífica. Hoje não é mais cega enxerga e vê atos “antidemocráticos” em tudo Pura Ficção. Ela está sem cheiro, sem gosto, sem régua, sem regra e cheirando mal. Está próximo e funeral dela. Assim não suporta as águas de marco, nem a páscoa na ilha pascoal. Uma pena, pois ela já fora respeitada e essencial. Enfim, uma morte lenta e desmoralizada. ADAM NHOZINHO

DO GRITO AO CELULAR.

O homem primitivo não tinha escrita, mas criou uma linguagem. Começando pela interjeição. Ui!, Ai! Etc. Depois foi substantivando dando nomes as coisas e chegamos nessa maravilha das classes gramáticas. Pronto! Criado o mundo da linguagem e das ideias, com apoio da tecnologia estamos nesta maravilha de hoje. Antes do telégrafo, carta e telefone a comunicação de um km era na base do grito. Hoje temos uma comunicação em tempo real e quase igual ao pensamento. Porém, o mundo não está na melhor que o tempo do homem das cavernas. Ainda hoje temos cavernas mentais, roubo pelo PIX, entre outros. A mídia que era para informar faz um trabalho sujo por dinheiro. O que têm de jornalistas vendidos é difícil enumerá-los. São desonestos sem caráter. Mas a escrita facilitou a vida do homem como a tecnologia. Quem semeia vento colherá tempestade. As leis naturais são implacáveis. Dei muitos gritos chamando companheiros nas caçadas de mel. E usei as interjeições de medo e dor. ADAM NHOZINHO