segunda-feira, 21 de outubro de 2019

COM SEDE DO SABER.


Recordo dos tempos difíceis do sertanejo de minha região. Faltava tudo até comida. Melhorou um pouco nos governos militares quando eu já havia saído de lá. Os pais além da comida quase sem calorias pensavam na escola para todos as moças se casarem; os meninos ter o mínimo de letramento para fazer uma ficha quando saíssem pelo mundo— destino ao sudeste ou DF— Meus tios maioria eram analfabetos, mas botaram os filhos na escola. Lembro-me de Cícero dá Roberta Marota, que incentivou Neuza minha irmã, a ser professora dos filhos dele de Nicolau, Temista e mais outros. E nós irmãos de Neusa.
Outro dia estava vendo uma bela professora do “EJA” (educação de jovens e adultos) não recordo de qual estado nordestino, mas um lugar muito sofrido. Ela professora com toda paciência e bondade fazendo àquela gente de mão calejada e dar os primeiros passos para o caminho do saber. Como sou um pouco emotivo  senti sair algumas dos meus olhos. Vendo os adultos sentindo à sede do saber como falava o hino do antigo Mobral.
Eu reconheço que não tenho jeito para lecionar, mas admiro os mestres. Aprendi muitos com as pessoas de minha precária formação. Uma professora de matemática falou que eu não devia escrever enquanto ela explicava a aula. Que eu poderia ficar sem braços e se soubesse matemática, essa ainda tinha valor para mim. Isso foi forte na minha vida.
Na minha escola no sudeste os professores eram de minha idade, depois bem mais jovens. Se mais não apreendi com eles (as) culpo minha cabeça, como dizia tio Carlindo Maroto a respeito o seu  Alvino Soares, um sábio do Piauí.
Tenho um conceito de que os moleques não estudam por safadeza e vão pela lei do menor esforço. A escola pode ser fraca, mas se o cara quiser aprende. Nisso não culpa os governantes. Temos de ter vontade e saber o significado do conhecer.
Deus abençoe os mestres do Brasil.

(A-B-O-C-D-E-F-G-H-I-J-L-M-N-O-P-Q-R-S-T-U-V-X-Z.W-K-Y)
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Dom e Ravel

“Você também é responsável
Autores: Dom e Ravel

Eu venho de campos, subúrbios e vilas,
Sonhando e cantando, chorando nas filas,
Seguindo a corrente sem participar,
Falta-me a semente do ler e contar

Eu sou brasileiro anseio um lugar,
Suplico que parem, prá ouvir meu cantar.

Você também é responsável,
Então me ensine a escrever,
Eu tenho a minha mão domável,
Eu sinto a sede do saber

Eu venho de campos, tão ricos tão lindos,
Cantando e chamando, são todos bem vindos.
A nação merece maior dimensão,
Marchemos prá luta, de lápis na mão.

Eu sou brasileiro, anseio um lugar,
“Suplico que parem, prá ouvir meu cantar”

ADÃO NHOZINHO

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