Um velho
carreiro, já cansando de carrear, para sua filha pasou a direção da boiada.
Foram anos ela carreando com um ajudante. Quando ela não podia carrear, bastava
dar ordem que os bois obedeciam a outro peão. Como naquele tempo, moças e
rapazes casavam jovens, ela casou com seu peão, um rapazinho que apareceu na fazenda
sem pai nem mãe. Ela ficou sendo mãe, pai e mulher do Peão.
Mas os bois
só a ela obedeciam. Mesmo seu marido e ajudante, eles não saiam do lugar. Era
precisa ela sair na janela e dizer vão: “Turino e Pintado, Pretão e pé-duro”.
Foram muitos
anos, nessa lida carreira tirando café e leite, do sertão para cidade. Ela já
quase não trabalhava com a boiada de quatro bois. Mas à saída era ela quem
dava.
Certo dia
ela caiu morta e os bois sem sua ordem, a levaram ao campo santo, em passos
lentos como quem choravam. Seu marido e vizinhos ficaram admirados, como os
bois sem ouvir a voz da sua dona, transportaram seu corpo ao cemitério. Mas
após aquele dia fatídico, eles se revoltaram, não obedeciam mais a ninguém e
sumiram pelos campos, morrem um a um, de tanto desgosto...
Como disse o
poeta "Há mais
mistérios entre o céu e... William Shakespeare
NHOZINHO XV.
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