1959/60
em Afrânio Pernambuco a Juazeiro do Norte Ceará. João Ribeiro era motorista de
um caminhão Chevrolet dos primeiros a rodar pelo serão nordestino. Transportavam
de tudo, coisas do sertão para cidade e vice versa. As estradas eram precárias
e quando chovia o chofer sofria com o caminhão atolado e sem socorro dependendo
do lugar.
João
viajava sem ajudante por economia, contratava gente onde descarregava, mas
andava sozinho. Certa vez no tempo de chuva, o caminhão ficou atolado às 2h da
madrugada, no escuro e sozinho; ali perto de Afrânio sentido a Juazeiro Ceará. João
ficou sem ação era impossível sair daquele atoleiro sem ajuda.
Mas
como era um homem religioso apelou para o céu e foi socorrido. Enquanto chovia
ele comia rapadura com farofa e pensando em Deus. Logo viu um vulto no escuro, mas
não conseguia ver quem poderia ser. Teve medo, mas confiou em Deus. O vulto
perguntou o que tinha acontecido ele explicou que o caminhão estava atolado e
sozinho no escuro chovendo era impossível sair dali.
A
figura quase invisível mandou João acelerar que ele empurrava o caminhão. O
chofer ficou a principio achando que não conseguia sozinho empurrar um caminhão
carregado, mas obedeceu. O caminhão berrou e foi soltando da lama até sair fora
com segurança. João ficou feliz da vida com o milagre só podia ser. Quis pagar
pelo serviço, mas o vulto não recebeu. Porém, recomendou que quando João passasse
por uma casinha na beira da estrada dessa uma ajuda a uma mulher viúva que la viva
com filhos famintos.
Quando
João Ribeiro chegou à morada chamou pela mulher ela o atendeu. Ele disse do
acontecido e entregou o dinheiro, mas a mulher ficou perplexa. Contou a João que
o marido dela foi um tropeiro que morreu naquela estrada. E foi achado morto
por outro tropeiro de Afrânio Pernambuco no rancho. E um filho de dez anos chorando sem
saber o que fazia. Esse tropeiro era pai de João que nem sabia do ocorrido, pois
o pai já tinha morrido. João deu um dinheiro e rapadura à mulher e seguiu
viagem, com mais fé ainda no desconhecido. E uma lição: não duvidar é senha.
ADAM
NHOZINHO
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